by SINDESV-DF | 03/10/2022 10:59
No decorrer da vida, uma em cada dez mulheres vai apresentar câncer de mama. A incidência desse tipo de neoplasia aumentou significativamente nos últimos vinte anos. Parte do aumento resulta da aplicação cada vez mais rotineira de técnicas diagnósticas como a ultra-sonografia e as mamografias, que todas as mulheres devem repetir anualmente a partir dos quarenta anos (ou começar antes em casos especiais). Outra parte é consequência da mudança de padrão reprodutivo feminino ocorrido nos últimos cinquenta anos.
Durante a primeira metade do ciclo menstrual os níveis de estrógeno na circulação aumentam, para declinar na segunda metade, quando a produção de progesterona cresce. Não havendo fecundação do óvulo liberado na metade do ciclo, quatorze dias depois acontece a menstruação.
Há relatos científicos de que no início do século XX, a primeira menstruação (menarca) das mulheres europeias e americanas acontecia aos dezessete anos, em média. Como casavam cedo, engravidavam em seguida e permaneciam sem menstruar até o final da fase de amamentação. Quando paravam de amamentar, menstruavam, engravidavam novamente e o ciclo se repetia até a menopausa, que acontecia ao redor dos quarenta anos. Ao final de uma vida reprodutiva profícua, cada mulher havia menstruado apenas algumas dezenas de vezes.
Por razões mal conhecidas a fase reprodutiva da mulher atual é mais longa: as meninas começam a menstruar já aos onze ou doze anos e a menopausa ocorre depois dos cinqüenta. Além disso, o pequeno número de filhos característicos da maior parte das famílias mantém as mulheres em sucessivos ciclos menstruais, que se repetem exaustivamente por centenas de meses.
O impacto provocado pela ação repetida de estrógeno e de progesterona nos tecidos mamários é responsabilizado pelo aumento no risco de desenvolver câncer de mama apresentado pela mulher moderna.
Nem todas as mulheres, no entanto, têm a mesma probabilidade de desenvolver tumores malignos nos seios; algumas correm mais risco. De acordo com a interferência do estilo de vida na incidência da doença, os fatores de risco costumam ser divididos em dois grupos: inevitáveis e modificáveis.
Mulheres que apresentam fatores de risco para desenvolver a doença devem ser orientadas a procurar o especialista para avaliações radiológicas mais frequentes.
Fonte: Drauzio Varella (médico oncologista)
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