Após a decretação da greve geral, na noite desta terça-feira, 100% dos vigilantes estão paralisados. São cerca de 20 mil vigilantes mobilizados na greve contra a tentativa de adoção do vigilante ‘horista’ proposta pelos empresários. Os vigilantes só voltarão ao trabalho após ser resolvido esse impasse.
Nesta quarta-feira (19), Brasília amanheceu com hospitais públicos e privados; bancos estatais e privados; e órgãos públicos distritais e federais sem vigilantes.
Nos hospitais, os pacientes estão sendo dispensados porque não há segurança para as equipes médicas trabalharem nem para os pacientes internados.
Os bancos, privados e estatais, não podem abrir as agências. Por força de Lei, os estabelecimentos bancários só podem funcionar se houver segurança armada e fardada.
Hoje, cedo, em plantão no Sindicato dos Vigilantes, o deputado Chico Vigilante telefonou ao Governador Rodrigo Rollemberg, que está em agenda oficial na Espanha, principal contratante dos serviços, para explicar o impasse nas negociações entre a categoria e os patrões e o quanto o ‘horista’ é maléfico para os trabalhadores. O deputado também explicou ao governador os prejuízos para a população do DF com as paralisações nos órgãos públicos do DF.
No mesmo sentido, o deputado também dialogou com o secretário-geral da Câmara dos Deputados, Lúcio Xavier Lopes, a respeito da tentativa dos patrões de precarizar o serviço de vigilância e, desta forma, ganharem mais dinheiro às custas do trabalho dos vigilantes.
6 meses de negociações
Os vigilantes estão desde outubro do ano passado tentando negociar com os patrões a Campanha Salarial de 2017. A Data-Base da categoria é em janeiro e, até agora (abril), os patrões continuam desrespeitando a Convenção Trabalhista da Categoria dos Vigilantes e permanecem tentando implantar a figura exploratória do vigilante ‘horista’.
Os empresários querem, ao adotar o ‘horista’, precarizar ainda mais os vigilantes e ganhar mais dinheiro com os contratos firmados de prestação de serviço. Atualmente, o piso salarial dos vigilantes é de R$ 2.454. Um ‘horista’ receberia cerca de 1/3 desse valor. Ou seja, um prato cheio para os empresários.
Os patrões querem desrespeitar a Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria os Vigilantes, que proíbe a adoção do vigilante parcial. É uma cláusula fixada há 19 anos que se estabelece em direito adquirido. Dessa cláusula pétrea, os vigilantes não vão abri mão.
Enquanto prosseguir esse impasse, a categoria permanecerá em greve geral.
Acompanhe o Plantão da Greve dos Vigilantes.
Chico Vigilante, diretor do Sindicato; e
Paulo Quadros, presidente do Sindicato