Em vídeo divulgado pelo Sindicato Patronal (SINDESP), eles informam que a greve foi abusiva (o julgamento da greve ainda não aconteceu) e que ofereceram reajuste no salário e no tíquete (inflação do período 2,07%) e que o Sindicato dos Vigilantes do DF (SINDESV-DF) não aceitou e preferiu a greve.
O SINDESP não informa no vídeo todos os benefícios que pretende tirar da categoria, principalmente em relação ao adicional noturno e tíquete refeição, com prejuízos que somam de R$ 3 mil a R$ 5 mil anuais para cada vigilante. Portanto, o reajuste proposto pelo SINDESP não fará qualquer efeito nos salários diante da queda de renda dos benefícios e outros direitos.
Não foi o SINDESV-DF que não aceitou o reajuste proposto pelo SINDESP com a retirada de benefícios e aplicação dos retrocessos da reforma trabalhista, foi a categoria que rejeitou a proposta por unanimidade em Assembleia Geral.
Desafiamos o SINDESP a falar claramente quais são os benefícios que pretende tirar da categoria, em números, além dos retrocessos da reforma trabalhista, também em números. Depois disso, veremos se esse discurso continua em pé, pois qual o vigilante que aceitará redução no seu contracheque?
Quanto aos benefícios que este Sindicato administra prestamos contas anualmente à categoria.
No ano passado recorremos à greve para barrar a figura do horista, que reduziria o quadro de vigilantes em mais de 30% da categoria, ou seja, nossa luta foi para manter o emprego e nisto saímos sim, muito vitoriosos, pois conseguimos barrar o horista e mantivemos o emprego dos pais e mães de família.
O SINDESP admite em seu vídeo que deseja reduzir benefícios e direitos para aumentar o número de postos de serviço. Alega que assim, com o sacrifício do vigilante, os empresários terão mais contratos, o que certamente ampliarão os lucros patronais. Mas a que preço? O preço que o vigilante pagará quando receber seu contracheque com redução mensal de R$ 300 a R$ 500 reais.
Quem presta serviço com qualidade é o vigilante, no seu posto de serviço, arriscando a sua vida para defender o seu sustento com dignidade. Salários justos e benefícios são fundamentais para manter essa qualidade dos serviços prestados.
A greve é um direito garantido na Constituição e os vigilantes usaram desse recurso para defender seus direitos e conquistas contra os retrocessos que o SINDESP quer impor à categoria.
Por fim, o vídeo do SINDESP não se sustenta ao tentar convencer os vigilantes de que não devem lutar por suas reivindicações e aceitarem, sem reclamar, propostas indecorosas que colocam em risco a própria sobrevivência do trabalhador. Atacar o Sindicato dos Vigilantes e sua direção por defender os interesses da categoria, é desconhecer a própria história de luta deste Sindicato, pois se dependesse de patrões, hoje os vigilantes estariam submetidos a regime de escravidão. Nós não deixamos que isso acontecesse, pois sabemos que o interesse patronal é um só, o lucro e qualquer discurso patronal que vá na linha de defender os empregados e os seus direitos, é mais falso que uma nota de 3 reais.
É da nossa união e mobilização que construímos a história de luta desta categoria.
Assista o vídeo: