De acordo com sindicato, os diagnósticos foram interrompidos quando o último balanço apontou 70 profissionais infectados no DF
Por Caio Barbieri via Metrópoles
Com sete mortes de vigilantes confirmadas por infecção decorrente do novo coronavírus, o Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância (Sindesv-DF) denunciou, nesta sexta-feira (19/06), que os exames para os integrantes da categoria que atuam nas unidades públicas de saúde foram interrompidos.
A mais recente vítima da Sars-Cov-2 é o vigilante Rodrigo Jaques Pereira, que morreu nesta sexta-feira em decorrência de complicações respiratórias causadas pela doença. Ele dava suporte na segurança do Instituto Médico Legal (IML).
De acordo com a entidade que representa a categoria, de todos os profissionais já testados, há pelo menos 70 vigilantes infectados pela Covid-19. Desses, a maior parte é de Samambaia, onde há 19 registros.
Sem testes em Centros de Saúde
Conforme o Sindesv-DF explicou ao Metrópoles, o governo fez o teste dos vigilantes que prestam serviço em hospitais e unidades de pronto atendimento (UPAs), mas deixou de aplicá-lo em trabalhadores que prestam serviço em outros locais, como centros de saúde e Saúde da Família.
“Para se ter ideia, só em São Sebastião e Paranoá, são 29 centros de saúde. Além de não fazer nesses locais, o GDF não fez o segundo teste nos vigilantes de hospitais e UPAs. No Hospital de Campanha do Mané Garrincha, os vigilantes também não fizeram o teste”, informa o sindicato, em nota enviada à coluna.
Ainda segundo a entidade, os profissionais vem demonstrando grande preocupação e cobrando a realização dos testes, “mas são ignorados pelos gestores do GDF, infelizmente. Acreditamos que, numa nova testagem e mais ampla, chegaremos a um número maior de vigilantes infectados e que deveriam estar em isolamento social”, argumenta o Sindesv-DF.
Greve
Para o representante da categoria na Câmara Legislativa, deputado Chico Vigilante (PT), o governo precisa agir para evitar a proliferação da doença entre esses trabalhadores, que estão expostos ao novo coronavírus.
Procurada, a Secretaria de Saúde informou que está realizando a testagem e que, de 09 de abril a 18 de julho, foram submetidos ao exame 3.030 trabalhadores terceirizados – 81 deram positivo para a Covid-19.
“Além disso, a Secretaria de Saúde informa que a Lei nº 6.554 prevê a testagem a ‘cada 15 dias ou com a frequência que melhor atenda aos melhores critérios e padrões de biossegurança’”, acrescentou a pasta.
Condições clínicas
A secretaria ressaltou que a lei não estabelece em que condições clínicas o teste deve ser realizado, e nem que deve ser feito também em assintomáticos.
“Ela estabelece que os servidores deverão passar por teste que indique se há infecção, portanto, como o teste indica a infecção somente após o surgimento dos sintomas, seja para PCR (após 3 dias) seja para TR (após 7- 8 dias), é recomendada a indicação dos testes para servidores que estejam em atividade e contato com possíveis portadores do agente infeccioso, obedecendo os critérios”, frisou.
Por fim, a Secretaria de Saúde disse que, no caso de retestagem, “serão priorizados os servidores sintomáticos, para atendimento dos melhores critérios e padrões de biossegurança”.