Em uma das maiores assembleias realizadas pela Categoria, mais de 5 mil vigilantes decidiram, por unanimidade, entrar em greve geral com efeito imediato. A Categoria se manteve firme e não aceitou, sob hipótese nenhuma, a proposta do sindicato patronal de implantar o vigilante horista no Distrito Federal.
“Por causa das provocações, da picaretagem, do desrespeito com que trataram os vigilantes, a nossa proposta é greve geral no DF”, declarou o deputado Chico Vigilante momentos antes da votação que decidiu os rumos da paralisação.
A paralisação geral foi decretada após meses de uma conturbada negociação entre o Sindicato dos Vigilantes (Sindesv) e o sindicato patronal, que insistiu em adotar a modalidade do horista na vigilância privada. A categoria decidiu realizar assembleias diárias para monitorar a evolução das paralisações.
Para Chico Vigilante, a categoria negociou até aonde pode e, como os patrões estavam irredutíveis na proposta do vigilante horista, não restou alternativa, senão a greve geral com efeito imediato.
“Essa é uma categoria que tem brilho no rosto, coragem, vergonha na cara e não tem medo de patrão. É uma categoria que não se dobra e não aceita picaretagem”, discursou o parlamentar sob aplausos e gritos de ordem dos companheiros vigilantes.
Na avaliação do deputado, caso fosse adotado o vigilante horista, cerca de um terço dos vigilantes do DF correriam o risco de serem demitidos, além do fato do horista ganhar bem menos do que o vigilante mensalista.
“Estávamos negociando desde outubro e os empresários insistiram nessa ideia absurda. Nos Estados onde foi implantada a figura do horista, existem três pisos salariais. Isso é a completa destruição da categoria. Isso a gente não aceitou”, completou.
O deputado também rebateu as críticas dos patrões que afirmaram que era para os vigilantes terem cuidado com a greve porque o emprego estava difícil. “Nós não estamos fazendo greve para ficar desempregado, não. Estamos fazendo greve é para garantir os nossos empregos”, avisou.
Mais cedo, Chico Vigilante telefonou para o secretário-adjunto do Planejamento para informar da grande probabilidade de ser decretada greve. “Liguei e disse que ele se preparasse porque amanhã (quarta-feira) não haverá vigilantes nos órgãos do Distrito Federal”, contou.
Negociação tensa
As negociações foram marcadas por uma intensa queda de braço entre as partes. Meses após o início de uma conturbada e exaustiva negociação, com intermediação do Ministério Público do Trabalho, os vigilantes fizeram valer a luta deles, ao dizer “não” ao horista no DF.
Nas reuniões anteriores, trabalhadores e patrões chegaram a um entendimento para os demais pontos da convenção coletiva da categoria. Entre eles, foi aceita a proposta de reajuste de 6,58% em cima do salário e do ticket de refeição e a manutenção de todas as cláusulas da convenção coletiva de 2016. O acordo também estabeleceu a manutenção das regras em vigor do plano de saúde dos trabalhadores.
Fonte: Equipe Chico Vigilante