Mais uma vez o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, demonstrou descaso e desrespeito com os trabalhadores, seguindo a cartilha do golpista Temer. Não bastassem os desmontes e calotes já vistos em sua gestão, descaradamente a equipe econômica do governador sugeriu uma “solução” para o reequilíbrio das contas do Estado. Pela metodologia, de novo, o trabalhador sairia prejudicado.
Em coletiva à imprensa, o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, foi fatídico ao afirmar que os gestores devem inovar e realizar o chamado “corte criativo”. Sampaio disse que é preciso rever onde é possível reduzir os gastos públicos e citou como exemplo os vigilantes. “Vai exigir que se reduza valor de contratos, o número de prestadores de serviço, ou renegociar os preços. No caso dos vigilantes, se você substituir alguns postos de trabalho por sistemas de circuito interno (câmeras de segurança), você reduz o custo. Cada gestor terá de ser criativo.”
A CUT Brasília e o Sindesv, sindicato que representa a categoria no DF, avaliam que a declaração representa um desrespeito aos trabalhadores vigilantes e reflete o Estado de exceção instaurado após o golpe.
Para o presidente do Sindesv-DF, Paulo Quadros, a sugestão de um “corte criativo” é revoltante. “Os cortes e retrocessos em 2016/2017 já foram terríveis. A previsão para 2018 é de dias ainda piores, a ponto de substituir trabalhadores por câmeras de segurança. Isso é um desrespeito com os vigilantes e as vigilantes que arriscam diariamente suas vidas e, no fim, ainda têm de escutar que poderão ser substituídos por simples câmeras de vigilância.”
Paulo Quadros ainda alerta que, se aplicado o corte, a população ficaria ainda mais sujeita à violência. Ele relembra que, em 2016, o GDF anunciou a dispensa de 600 trabalhadores vigilantes. A ação resultou em problemas sérios logo nos primeiros meses: foram registradas diversas mortes de trabalhadores, além do aumento no índice de ataques e furtos a órgãos e entidades públicas.
“Vigilante é uma profissão fundamental na sociedade. Exemplo disso é que basta iniciarmos uma greve, que diversas entidades fecham as portas. Trocar trabalhador por câmera seria uma irresponsabilidade por parte do governo. Além do mais, direito deve ser ampliado, jamais reduzido”, concluiu.
Já o secretário Geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, explica que os retrocessos e o Estado de exceção são consequências do golpe. “Além de retirarem direitos, querem intimidar e minimizar a ação de sindicatos. Estamos diante de uma justiça seletiva, que retira direitos e políticas públicas em favorecimento dos interesses de poucos. Por isso, o posicionamento que nós, enquanto entidade sindical e classe trabalhadora devemos ter, é repudiarmos os ataques e, mais que nunca, manter a unidade de luta.”
Fonte: CUT Brasília