Cerca de 800 vigilantes da empresa Ipanema, que prestam serviços em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Distrito Federal, estão com os salários atrasados há 11 dias, e não descartam a possibilidade de entrar em greve. Se isto acontecer, poderá acarretar a paralisação dos serviços nas unidades de saúde em plena pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes do DF, Paulo Quadros, não é a primeira vez que a Ipanema atrasa salários da categoria e que o motivo alegado é a necessidade de repactuação (reajuste de contrato com base na análise da variação dos custos na planilha de preços) de contratos com Secretaria de Saúde, o que é contestado pelo Sindicato. Cada vigilante recebe cerca de R$ 2.600 reais de salário líquido.
A Secretaria de Saúde disse, por meio de nota, que “os contratos de vigilância com a Ipanema estão vigentes e o pagamento é realizado de acordo com os prazos previstos”.
“No contrato assinado com a Secretaria de Saúde, a Ipanema declarou que dispunha de uma reserva de R$ 50 milhões, quantia suficiente para pagar os salários dos vigilantes por 90 dias, caso a SES atrasasse os repasses para pagamento dos salários”, explicou o presidente do Sindicato. Paulo Quadros disse que denunciou a situação ao Ministério Público, e agora espera uma ação por parte do órgão. O representante sindical lembrou que outras empresas que prestam serviços de vigilância ao Governo do Distrito Federal também esperam a repactuação, no entanto estão pagando os salários dos vigilantes normalmente.
O deputado distrital, Chico Vigilante, que está atuando para que a categoria receba o salário atrasado, acredita que a Ipanema está usando os trabalhadores para pressionar a Secretaria de Saúde a fazer as repactuações. “Hoje pela manhã já falei seis vezes com o Secretário de Saúde para tratar desse assunto dos salários dos vigilantes. Defendi que a Secretária rescinda com a Ipanema e contrate outra empresa”, disse o parlamentar.
Chico Vigilante argumentou que os responsáveis pela Ipanema atrasam os salários dos vigilantes do quadro daquela empresa, mas mantêm em dia os pagamentos de outros vigilantes que fazem parte da Aval, que é de propriedade do mesmo grupo que a Ipanema. De acordo com o parlamentar, a Aval presta serviço ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). “Se os vigilantes da Ipanema entrarem greve, certamente os médicos vão paralisar o atendimento, pois vigilantes prestam um serviço essencial, previu o parlamentar. Até a conclusão desta matéria a Ipanema não respondeu aos questionamentos do Jornal de Brasília.
Fonte: Jornal de Brasília