Sem dúvida alguma, o tíquete alimentação que os vigilantes do DF recebem mensalmente, faz uma grande diferença no orçamento familiar. Mas, nem sempre foi assim.
Em 1979, os vigilantes, como já dissemos várias vezes, ganhavam salário mínimo, trabalhavam todos os dias e não recebiam qualquer incentivo para se alimentarem.
Depois de muitas lutas, conseguimos que os patrões oferecessem refeição aos vigilantes. As famosas quentinhas. Acontece que, na época do calor em Brasília, os responsáveis pela entrega das marmitas aos vigilantes em seus postos de serviço, percorriam vários locais e muitas vezes essas quentinhas chegavam azedas para o vigilante que tinha de escolher entre passar fome ou passar mal.
Cada empresa era responsável por distribuir as marmitas aos seus empregados. Uma confusão muito grande, sem falar que algumas quentinhas eram de péssima qualidade, sem grandes valores nutritivos.
Fomos pra cima, com muita luta e conseguimos o tíquete alimentação que, no início era distribuído um bloco com os tíquetes correspondentes aos dias trabalhados e o vigilante podia usar no mercado ou no restaurante.
Depois fomos para outro patamar e os vigilantes receberam um cartão e nele é depositado o valor correspondente ao seu tíquete alimentação para compra em supermercados, além de muita luta para o reajuste do mesmo a cada Campanha Salarial.
Em 2018, na Campanha Salarial, os empresários vierem com uma proposta infame que era 50% do valor do tíquete em dinheiro, no cartão, e os outros 50% em cesta básica, de origem duvidosa e sem dar ao trabalhador o direito de escolher os itens que desejava comprar. Tinha até empresário montando esquema para a distribuição de cestas. Lógico que não aceitamos, mostramos nossa força com muita luta e mobilização e eles desistiram de tentar atacar esse importante benefício.
Quando o vigilante vê o seu tíquete alimentação depositado no seu cartão, ele deve se lembrar que foram muitas greves, paralisações e mobilizações para termos esta grande conquista, além do sofrimento dos vigilantes mais antigos que eram submetidos a situações degradantes como marmitas azedas e de baixa qualidade, mas a cada chamado do Sindicato vinham correndo lutar por essas melhorias.